por: Thaís Herculano. 


Hoje é dia de Limão no #CadêLGBTEntrevista! 

O amor pelos livros começou cedo. De lá veio o costume de contar histórias. Nas histórias contadas por Limão, seja na ilustração ou na escrita, pessoas negras, gordas e da comunidade LGBTQIA+ ganharam espaço. 

Tentando manter a produtividade, esperando o anúncio de um novo projeto, Limão contou pra gente como tem sido produzir na pandemia, entre outras coisas que vocês podem conferir seguindo o fio. 

CADÊ LGBT: Como começou o seu amor por livros?

LIMÃO: Por causa da minha mãe. Ela era professora e eu estudava na escola que ela trabalhava. Como ela ficava o dia inteiro trabalhando e eu queria ficar com ela, acabava ficando na sala de leitura e ali o amor pelos livros cresceu.

CADÊ LGBT: E você também escreve, né? Isso vem do mesmo lugar?

LIMÃO: Sim, sim. Tudo influencia da minha mãe. Ela me fez uma pessoa apaixonada por ouvir e contar histórias.

CADÊ LGBT: E qual trabalho é mais desafiador, escrever ou ilustrar?

LIMÃO: Acho ambos difíceis, mas escrever leva essa porque quando você ilustra, você já está dando ali a base visual pro leitor/espectador. Quando você tá escrevendo não tem isso. Então acho que escrever é mais desafiador pra mim.

A gente aprende muito só ouvindo 

CADÊ LGBT: A pandemia afetou a sua produtividade de alguma forma?

LIMÃO: Muito. Muito em parte pelo esforço em manter a saúde mental boa. E ainda continua a afetar. Acho muito difícil manter o pique de produzir, do modo que eu gostava de produzir, nesse momento tão louco.

CADÊ LGBT: A sua inspiração em grupos marginalizados é nítida. Quais os cuidados você tem na hora de fazer essa representação?

LIMÃO: Eu acho que é essencial o ouvir e o respeitar. A gente aprende muito só ouvindo e muito do que eu desenho é a minha própria realidade, então sinto mais conforto em tratar esses assuntos, mas o importante é querer aprender mais. Se colocar no papel de espectador, sabe?

CADÊ LGBT: Que tipo de conteúdo você gosta de consumir?

LIMÃO: Muito filme de terror! Aliás, muito "qualquer coisa" de terror e fantasia. E animações, que são minha grande paixão. E arte da galera que tá produzindo atualmente, amo acompanhar de perto o corre dos meus amigos.

CADÊ LGBT: E quais são os projetos que vêm aí neste final de ano e 2021? Se puder falar, claro!

LIMÃO: Eu tenho um vem aí que tá vindo mas que eu ainda não posso falar sobre, mas que esse mês ainda vai ser anunciado. E pra 2021, a única coisa planejada é me manter mentalmente sã. O resto eu que lute!

CADÊ LGBT: Você tá lendo alguma coisa atualmente? (ou assistindo, ou ouvindo)

LIMÃO: Eu to lendo Hilda do Luke Pearson e Lumberjanes de Noelle Stevenson. Assistindo, nada (mas uma maratona de LOTR está mais do que na hora) e ouvindo o álbum de K/DA pois sigo cadelinha de mulheres 3D.

CADÊ LGBT: Se você pudesse criar um cantinho de leitura perfeito para novos leitores, como ele seria? E que tipo de obra não pode faltar?

LIMÃO: Sabe que eu não sei? Talvez um local com bastante espaço e muita almofada fofinha, espaço pra quem quiser ler no chão, poltrona, divã, tudo. E com muito gibi e muito livro ilustrado. Acho que seria o lugar perfeito pra mim.

Agora só resta esperar esse “VEM AÍ”. Mas enquanto isso, você já pode seguir @limaocomvodka. 


OBS: A entrevista foi publicada em novembro de 2020. O VEM AÍ de Limão é o livro ilustrado Vozes Trans, que está com financiamento coletivo aberto e você pode apoiar aqui.